segunda-feira, dezembro 18, 2006
Na mesma paz...
Flutuando entre o sonho e a realidade, que mais parece um sonho. Então vive-se como num sonho, vivendo o dia de hoje, querendo que o dia de amanhã seja exactamente igual ou melhor.
Flutuando na felicidade de um aquário só nosso, partilhando a sorte de termos guelras, e capacidade de divagar e sonhar sem limites ou direcção. Um lugar criado por nós e para nós com tudo o que precisamos, com todo o espaço suficiente para nadar e sermos livres, mas ao mesmo tempo ter sempre a jeito o que precisamos. Porque nadar em alto mar se aqui temos tudo o que precisamos?
Aqui vive-se sem pés no chão. Mas afinal, alguém disse que os peixes tinham pés?
segunda-feira, dezembro 04, 2006
sexta-feira, novembro 24, 2006
"Wake up and smell the coffee"
quinta-feira, novembro 23, 2006
quinta-feira, novembro 09, 2006
quinta-feira, setembro 07, 2006
Gostar é...

Gostar é sentir a falta, passar a ter um complemento, é perder a noção do tempo, é espontâneo, é descobrir sempre coisas novas, é gostar sempre. Gostar de fazer coisas que parecem insignificantes mas que para nós fazem todo o sentido, perder a noção que existe um mundo à nossa volta, é apoiar sempre.
Gostar é divertido, é pensar nisso a todos os momentos, é fazer alguém feliz e é estar feliz. Gostar é partilhar, sermos nós próprios, e alguém gostar de nós assim como somos. Gostar é respeitar, é apreciar, é dar valor.
Gostar é evoluir, é nos preencher e nos tornar uma pessoa melhor, é querer aproveitar cada minuto junto como se não houvesse amanhã. Gostar é não precisar de mais nada, é dar uma prenda sem razão só para fazer alguém feliz. Gostar é evoluir, é alguém nos fazer todo o sentido, cada dia mais que o anterior.
Gostar é sentir, é tudo o resto parar de fazer sentido, é exibir um sorriso de orelha a orelha desde de manhã até à noite. Gostar é fazer planos, planear um futuro.
Gostar é sonhar…
domingo, abril 30, 2006
From: Rita
Porque o melhor dos mundos é o mundos dos afectos. Porque o verdadeiro milagre de Deus é simples: quanto mais partilhamos mais temos. A simplicidade de um sorriso vence dores e silêncios magoados. Quanto mais damos mais recebemos, compreendo agora que aqui não ensino, aprendo. Aprendemos na simplicidade, na generosidade, na luz de quem acredita que a alegria é possível...mesmo nos rostos mais fechados de crianças que sabem que sonhar é provavelmente só para os outros. Crianças feridas não só por fora, mas por dentro. Morro e vivo aqui todos os dias, cada dia, num tempo que se multiplica infinitamente. Sou daqui. Sou feliz aqui...mesmo quando vejo queimaduras nas mãos da minha Ingrid ou buracos fundos de pregos nas pernas da minha Hevi, sou feliz de lágrimas nos olhos, acreditando que cada dia posso fazer nascer um sorriso novo, de esperança, de quem acredita que a alma sempre pode ser descoberta numa espécie de milagre... É qualquer coisa que não é da ordem do dizível que aqui me dói, não é sequer a alma, mas algo como as entranhas, a carne, um arrepio de uma dor que é na verdade uma sensação nova. "Como te magoaste?" "Um prego em casa, tia...", ou simplesmente um baixar de olhos quase envergonhado pela dor de quem não tem culpa... Sempre um prego. Impossível. É o coração que a Ingrid hipoteca na mão e é o coração que a Hevi exibe no pé, obviamente. Um coração com pregos. Evidentemente.
Escapa-me qualquer coisa neste mundo novo... a alegria infantil, à maneira de Pascoaes, fica reduzida nestes rostos a uma espécie de alegria desesperançada, ingénua mas não feliz. Como se houvesse um outro lado desta cidade e eu estivesse lá... fora mesmo que dentro.
O Rio não é um lugar para viver, é um lugar para sentir. Para mim não é sequer propriamente uma escolha, é uma necessidade decidida. Deixo bocados de mim pelo morro sujo que subo com o coração todos os dias, debaixo de um sol sem generosidade nenhuma, descobrindo que a pobreza também tem cheiro, vendo pés descalços e sujos de quem sabe que atrás de si aparece um abraço gritando "Tia" em redor da minha cintura... "Tia, volta amanhã, não volta?" Volto. Mesmo que não apareça jamais partirei daqui. Há coisas que passam, outras não. Ficam como alicerces de tudo o que somos e podemos vir a ser... Sonhos resgatados num coração que se completa no sul do mundo!"
Rita Brandão Guerra
sábado, abril 29, 2006
"A Princesa que acreditava em contos de fadas"
-Que tipo de coisas? Coisas como desejar que os sonhos se tornem realidade?
-Se desejas tornar os sonhos realidade, porque é que todo o teu desejo não livrou o príncipe do mau feitiço?
-Como sabes disso?
-Disse-me um passarinho. Na realidade, disse-mo um bando dos teus amigos de penas. Vieram consultar-me quando paraste de cantar as tuas canções. Os seus corações estavam tão pesados que mal os deixavam voar.
- Sim, sei o que isso é...quer dizer, a parte do coração pesado- suspirou a princesa.- Se, ao menos, conseguisse descobrir uma maneira de livrar o príncipe do mau feitiço, então seria feliz e cantaria de novo com os pássaros e tudo estaria certo no mundo. Tens que me ajudar, Doc. Tentei de tudo. Nada resulta.
- É verdade, princesa. Nada resulta.
- Pensei que, certamente, saberias de algo. Algo em que eu não pensei.
- Eu realmente sei de algo. É nada.
-Nada?
- Sim, nada.
Vitória franziu a testa enquanto pensava no que Doc dissera.- Não fazer nada?
- Sim, princesa. Nada é algo que ainda não tentaste. Deves parar de fazer tudo e começar a não fazer nada. Não faças nada e não digas nada. Não dês explicações, não te defendas, não ponhas tudo em ordem, não peças, não te desculpes, não ameaces, não te preocupes, não fiques acordada de noite a pensar e planear e a refletir. Percebes a ideia?
- Não posso simplesmente fazer nada!
- Se não fizeres nada, estarás na verdade, a fazer algo- algo que ajudará o príncipe tirando-te do seu caminho.
-Isso não é muito bonito de dizer!- respodeu a princesa, indignadamente.- Como é que estou no caminho dele? Estou só a tentar ajudá-lo.
- Desculpa-me, princesa. Não tencionava ofender-te. Mas o príncipe está demasiado ocupado a ver o que está errado em ti para ver o que está errado nele. Se não fizeres nada, é mais provável que compreenda que ele está a fazer algo. (...)"
Marcia Grad in "A Princesa que acreditava em contos de fadas"
To: Rita

Meu amor volta que estás perdoada! Deixa os meninos da favela, e ainda mais importante é que não tragas nenhum para casa, já disse que primeiro filho, e afilhado meu, claro, tem que ser de raça pura ariana assim como tu, um puto loiro com a personalidade da mãe! Espero que estejas a seguir os conselhos aqui da amiga, sempre de catana para a favela. Garanti isso às nossas mães para andarem mais descansadas, mas mesmo assim vão as duas rumar a Fátima dia 13. Lá vão aquelas duas para meio da multidão, para o lar de freiras em que vão ter que compartilhar a WC com mais algumas, acender uma velinha para a menina que se meteu na favela, e para a outra a ver se o curso não dura 10 anos.
Aguento-me à tua ausência porque o que estás a fazer faz-me admirar-te ainda mais. Fascinas-me mais a cada ano que passa! Mesmo assim digo-te...Ninguém merece! Que dia 20 de Junho chegue depressa!