sábado, abril 29, 2006

To: Rita


Uma homenagem à minha Rita! Porque está longe há pouco mais de um mês e já me parece um século, 3 meses às vezes parecem que passam num instante, mas nestas situações passam muito devagarinho. Há dias entrei sozinha na Zara da Guerra Junqueiro, e parecia que ouvia atrás de mim a vozinha estridente e os comentários únicos da minha "tiazinha" loira de 1,55m saltitando numas cunhas gigantes, com uma bolsinha no braço! ;) Está lamechas, eu sei, ela não imigrou, foi fazer "caridade" para o Rio, não Rio Tejo! Rio de Janeiro! Não poderia deixar de enaltecer a coragem desta miúda de se meter numa favela durante um dia inteiro ensinando meninos. Rumou sozinha para o outro lado do Atlântico, à aventura, sem conhecer nada nem ninguém.

Só mesmo tu Rita! Porque és diferente de toda a gente que conheço, nunca tinha conhecido ninguém com uma segurança e sentido de humor como o teu! Desde aquele Rally em que arrastei a minha nova amiga loira, a cubana afilhada da minha mãe, recém chegada à ilha para o casamento da filha mais velha da madrinha. Rita com seus kedds brancos, no meio dos arbustos pulando vedações para ver uns carros barulhentos a passar, às 8h da manhã depois de 3 horas de sono, um frio de rachar (em Agosto) com um bando de madeirenses que falavam estranho! Surreal confessa! :) Pior foi quando levamos a "Cubana" a tomar pequeno almoço e todos pediram uma chinesa e um bolo do caco! Coitadinha!!! Uma "Cubana" sofre!!! :)

Meu amor volta que estás perdoada! Deixa os meninos da favela, e ainda mais importante é que não tragas nenhum para casa, já disse que primeiro filho, e afilhado meu, claro, tem que ser de raça pura ariana assim como tu, um puto loiro com a personalidade da mãe! Espero que estejas a seguir os conselhos aqui da amiga, sempre de catana para a favela. Garanti isso às nossas mães para andarem mais descansadas, mas mesmo assim vão as duas rumar a Fátima dia 13. Lá vão aquelas duas para meio da multidão, para o lar de freiras em que vão ter que compartilhar a WC com mais algumas, acender uma velinha para a menina que se meteu na favela, e para a outra a ver se o curso não dura 10 anos.

Aguento-me à tua ausência porque o que estás a fazer faz-me admirar-te ainda mais. Fascinas-me mais a cada ano que passa! Mesmo assim digo-te...Ninguém merece! Que dia 20 de Junho chegue depressa!

1 comentário:

Anónimo disse...

Já vi que valeu a pena ter dado a oportunidade à minha Joana de conhecer a minha Rita! Que a sua amizade seja duradoura como a das mães delas, que se conhecem desde 1960!!!!!! e logo que souberam reconhecer o valor de uma amizade para a vida não mais deixaram de ser amigas, mesmo se as voltas da vida nem sempre davam tempo e espaço geográfico para tantos encontros como gostariam...É bom ver frutos nas árvores que plantámos!