sexta-feira, fevereiro 07, 2020

Acreditar em tudo o que se vê...


Existe quem acredita que aqueles que muito riem e contam piadas é porque estão felizes. Sorrisos, frases de alegrias constante e usar do sentido de humor para classificar tudo e todos... Às vezes tudo isso traz ao de cima aquela ideia que temos é gente feliz com lágrimas... quantas vezes por trás de um sorriso existe dor, quantas vezes por trás de uma piada está um tentativa de não tornar o diálogo sério, quantas vezes por trás do riso está o choro contido, bem afundado e que prefere não sair...

Existe quem acredita que aquele que fala alto, grosso e com assertividade é o forte, que não verga a nada nem a ninguém, que controla a situação.... quantas vezes por trás de um berro está uma pessoa cheia de medo, quantas vezes por trás de um falar grosso está alguém tão inseguro que tenta controlar a situação a todo o custo, quantas vezes por trás da agressividade está a tentativa de manipular porque sabemos que estamos errados...

O silêncio muitas vezes é feliz... o calar muitas vezes é força... o compreender não é submissão mas empatia e apreço... as palavras serenas muitas vezes são poderosas... ceder muitas vezes é altruísmo... os sérios muitas vezes estão cheio de pensamentos positivos... os discretos muitas vezes fazem-se notar mais que todos...

quinta-feira, agosto 16, 2012

"A força de um homem não está na coragem de atacar, mas na capacidade de resistir aos ataques." 
Morihei Ueshiba

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

quarta-feira, setembro 14, 2011

Delírio da Posse



"Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca."

Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela"

terça-feira, dezembro 07, 2010

Leituras Soltas III - Capicua[s]


Lançamento do Leituras Soltas III (Fnac e editora O Liberal) que contará com a colaboração de escritores como Viale Moutinho, João Dionísio, Anabela Machado, Joana Homem da Costa, Rui Nepomuceno, David Fazendeiro, Beatriz Campos, Asdrúbal Vieira e Gizela Silva. E de António Barroso Cruz enquanto coordenador do projecto. O Lançamento será no dia 8 de Dezembro, pelas 17h00 no auditório da Fnac no Madeira Shopping.
____________________________________________________________________

Capicua[s]


(...)O silêncio sempre esteve muito presente, sempre foi muito incómodo, aquelas horas de capicuas eram perfeitas porque era tempo de dizer qualquer coisa naquele silêncio desconfortável em que vivíamos, no silêncio das horas a passar, dos dias a passar, mesmo dos anos a passar e tudo mudava mas nós, nós não mudávamos, se é que algum dia existimos.


Aquelas duas pessoas que passeavam no carro, não sei se realmente existiram, ou talvez tenham existido mas, durante tantos anos, o “nós” durou o tempo de uma capicua no relógio digital. Aparecíamos e desaparecíamos como as horas de capicua, mas nunca fomos reais como queríamos ser, seríamos sempre um certo minuto numa hora do dia. (...)


Joana Homem da Costa in Leituras Soltas III

sábado, maio 22, 2010

Levantar...

Sempre que caímos, levantamo-nos, mas antes disso é preciso rebolar para bem longe daquela multidão aos turbilhões, do tumulto e dos abalroamentos, do mundo em redor repleto de pessimismo e sarcasmo, da tristeza do olhar, das cabeças que tombam, para nos conseguirmos levantar sem cairmos de novo...

sexta-feira, março 19, 2010

Coisas pequenas...

Foto: Frederico Homem de Gouveia



Assim que olho à minha volta e reparo que tantos estão preocupados com coisas pequenas, que não interessam nada, e não trazem nada de bom, só mau, ressentimentos, mágoa e pequenez de espírito reparo que ao reparar e me importar com isso também estou a me preocupar com coisas pequenas, porque a preocupação com a preocupação de coisas pequenas é também muito pequena…

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Hoje soube-me a pouco...


E o que é que foi que eu disse?

"Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Passa aí mais um bocadinho
Que estou quase a ficar louco
Hoje soube-me a tanto
Hoje soube-me a tanto
Hoje soube-me a tanto
Hoje soube-me a tanto
Portanto
Hoje soube-me a pouco..."

Sérgio Godinho - "Com um brilhozinho nos olhos"

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Ilha...


Pequena? Não é nada pequena! Falta de espaço é algo que não existe quando a limitação está simplesmente na nossa cabeça. Únicos? Isso de certa forma seremos sempre, como seres individuais, mas não seremos nunca únicos naquilo que fazemos porque o que nos torna melhores ou piores não é o isolamento no sucesso mas sim a existência na imensidão. Melhores? Isso seremos sempre que acordarmos para a vida e quisermos evoluir, melhores que os outros, isso não existe porque nunca teremos a verdadeira noção da realidade do que são os outros e às vezes nem teremos a noção de quem somos nós mesmos…


Neste espaço considerado pequeno não terei mais espaço se afastar de mim todos os que me põem em causa. Concorrência? É a representação da nossa insegurança e medo de falhar que está fora de nós, porque um dia fizeram-nos acreditar que a solução era sermos únicos e que a existência de mais poria a nossa existência em causa. Inveja? Isso existe muitas vezes na nossa cabeça para justificar os importunos que vêm do exterior e que nos fazem questionar ou duvidar…


Queremos ser únicos à força por isso afastamos a concorrência, achamos que somos melhores e por isso mesmo únicos. Falta de espaço para mais que um? Falta de espaço para querermos ser o que realmente importa, únicos em nós mesmos, originais e simplesmente nós, e se existirem outros? Se o caminho é para a frente, podemos contornar a multidão, desviarmo-nos pelo caminho mas não existe a necessidade de passar por cima de ninguém, nem querer que o espaço esteja despovoado para nos sentirmos realizados, nós somos nós, únicos pelo valor que conquistamos, valor esse que não roubamos de ninguém, existe para todos…

terça-feira, janeiro 26, 2010

Eu...? (Poderei ser)

Eu...? (Poderei ser)

Este meu mal, este meu bem
Sem saber porquê
Esconde uma fúria que nem vê
Esquece a harmonia que acontece quando se faz
Tudo o que se é capaz

Ser ou não ser é a questão
Ter ou não ter razão
E não temer

Caras que foram tão reais
São hoje sombras vazias e nada mais

Este meu mal chegou ao fim
Era fatal
Correr o mal dentro de mim
Correr com aquilo que apodrece quando se quer
Este meu bem, meu ser

Ser ou não ser é a questão
Ter ou não ter razão
E não temer

Caras que foram tão reais
São hoje sombras vazias e nada mais

Este meu mal chegou ao fim

Jorge Palma
*Canção interpretada por João Henrique no single Eu...? (Poderei ser) / Minha Imagem, Minha dor

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Andamos...

Andamos lado a lado, mas não andamos de mão dada, e só percorremos o mesmo caminho porque sou eu que marco o passo, apressado para nem dar a hipótese de mudar o rumo, de voltar atrás, marco o passo sem parar, lado a lado, mas não andamos de mão dada, acompanhas simplesmente porque marquei o passo e no seguimento da vida, de um modo confortável e habitual a monotonia não incomoda, até agrada, porque de certa maneira assim o passo da vida está marcado, andamos lado a lado, eu marco o passo e tu simplesmente acompanhas até que o passo me falhe por simples e mero cansaço de caminhar sem destino, e porque não andamos de mão dada...

quinta-feira, setembro 03, 2009

Fábula...


Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo. Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia. Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!

E é assim....

Diariamente, também nós tropeçamos em cobras!

segunda-feira, agosto 03, 2009

"As mulheres têm os fios deligados"

foto: Rui J Santos
Por estas e por outras é que eu simplesmente venero este homem (António Lobo Antunes):
“…e pergunto-me se os homens gostam verdadeiramente das mulheres. Em geral querem uma empregada que lhes resolva o quotidiano e com quem durmam, uma companhia porque têm pavor da solidão, alguém que os ampare nas diarreias, nos colarinhos das camisas e nas gripes, tome conta dos filhos e não os aborreça. Não se apaixonam: entusiasmam-se e nem chegam a conhecer com que estão. Ignoram o que ela sonha, instalam-se no sofá do dia a dia, incapazes de introduzir o inesperado na rotina, só são ternos quando querem fazer amor e acabado o amor arranjam um pretexto para se levantar (chichi, sede, fome, a janela que se esqueceram de baixar o estore) ou fingem que dormem porque não há paciência para abraços e festinhas, pá, e a respiração dela faz-me comichão nas costas, a mania de ficarem agarrados à gente, no ronhónhó, a mania das ternuras, dos beijos, quem é que atura aquilo?...”

“- As mulheres têm os fios desligados e um outro elucidou-me que eram como os telefones: avariam-se sem que se entenda a razão, emudecem, não funcionam e o remédio é bater com o aparelho na mesa para que comecem a trabalhar outra vez. Meu Deus, que pena me dão as mulheres. Se informam – Já não gosto de ti se informam – Não quer mais aí estão eles a alternarem a agressividade com a súplica, ora violentos ora infantis, a fazerem esperas, a chorarem nos SMS e levantarem a mãozinha e, no instante seguinte, a ameaçarem matar-se, a perseguirem, a insistirem, a fazerem figuras tristes, a escreverem cartas lamentosas e ameaçadoras, a entrarem pelo emprego dentro, a pegarem no braço, a sacudirem, a mandarem flores eles que nunca mandavam flores, a colocarem-se de plantão à porta dado que aquela puta há-de ter outro e vai pagá-las, dispostos a partes gagas, cenas rídiculas, gritos. A miséria da maior parte dos casais, elas a sonharem com o Zorro, Che Guevara ou eu, e els a sonharem com o decote da vizinha de baixo, de maneira que ao irem para a cama são quatro: os dois que lá se deitam e os outros dois com quem sonham…”

António Lobo Antunes “As mulheres têm fios desligados” – Crónica na Visão

terça-feira, julho 28, 2009

Faz sempre bem recordar:

Pintor Danilo Gouveia (40 anos a pintar - 1960/2000)
Por entre uma crise de valores, onde nos confundimos e nem sabemos o que é certo ou errado, o que é simples ou complexo, o que é suposto ou o que é imposto. Quando nos aproximamos de mansinho do mundo das artes de hoje em dia e nos surpreendemos pela arrogância, vedetismo e pelas pedras que atiram a quem humildemente se quer aproximar, experimentar ou tentar fazer o que gosta.

Nos dias que correm onde já se perdeu a noção de talento para se dar lugar a ambição, e já perdeu a noção de simplicidade, compreensão e respeito pelo próximo para dar lugar a ganância e desrespeito. Quando aprendemos que para ganhar um lugar ao sol temos que apanhar muitos escaldões, e na maioria da vezes o melhor é nos metermos à sombra para não magoar muito o interior. Quando nem percebemos a razão das coisas, porque por uma questão naife, ingénua e talvez imatura ainda achámos que o mundo está cheio de pessoas seguras e boas, mas no entanto só se cruza com pessoas mal resolvidas.

Quando chegamos ao mundo dos crescidos a pensar que vão ser todos como aqueles bons exemplos que conhecemos ou que tivemos a sorte de crescer com eles por perto, e encontramos pessoas a quererem destruir antes sequer de tudo começar, ou impedir a entrada antes de sequer de chegarmos à porta, quando nos desiludimos com a vida…

Vivendo e escrevendo em completa antítese, na complexidade ou simplicidade dos opostos, quando aparece o mau procuramos o bom, quando aparece o complicado procuramos o simples, quando nos deitam ao chão procuramos uma corda para voltar a trepar. Sempre que me desiludo com as pessoas procuro ou tento me lembrar de um bom exemplo para não me desiludir, ou para a decepção passar depressa, por isso nos tempos que correm lembrei-me de um exemplo de um verdadeiro artista, faz-me voltar a acreditar, faz-me voltar a sorrir por me lembrar, encontrar ou reencontrar pessoas que valem a pena, e por isso fazem com a vida valha a pena…

Para me relembrar porquê é que sempre achei a vida das artes interessante aqui vai um pouco do que me fez gostar, interessar-me e neste momento, voltar a acreditar:

sexta-feira, março 27, 2009

E tem dito...

E ele olhou para mim do alto daqueles óculos de aros pretos, com o seu ar calmo e complacente e disse:

“Olhe…faça o favor de ser feliz!”